OnePlus avança desculpa esfarrapada após batota nos Benchmarks

Rui Bacelar
Rui Bacelar
Tempo de leitura: 4 min.

A OnePlus viu-se recentemente envolta em mais uma polémica relacionada com os testes sintéticos de benchmarks. A situação chegou à esfera pública na última semana, relacionada com a interface própria da marca, a OxgenOS e a limitação do desempenho.

Mais concretamente, foi dado como provada a limitação do desempenho dos smartphones OnePlus 9 e OnePlus 9 Pro nas situações de utilização diária. O seu verdadeiro poder - do Snapdragon 888 - só era totalmente aproveitado em condições em benchmarks.

Os OnePlus 9 só mostravam todo o seu "poder" nos Benchmarks

Sendo provada a adulteração da performance no sentido de a diminuir para preservar a autonomia de bateria, a OnePlus viu-se envolta numa feia discussão. Mais uma vez a procura pela velocidade acabou por cheirar a hipocrisia e quebra de confiança

viria a público admitir tal prática, justificando-a com a necessidade de preservação de bateria para prolongar a autonomia dos OnePlus 9.

Não obstante, a primeira explicação que acompanhou o reconhecimento desta prática, a tecnológica chinesa faz agora uma adenda às suas explicações. A explicação foi divulgada hoje, através do fórum oficial da fabricante, sendo particularmente "esfarrapada".

"Os processadores atuais são overkill para a maioria das apps"

Então não centrem todo o vosso marketing na velocidade e puro poder de processamento. Não sejamos hipócritas ao vender uma ideia ao consumidor, condicionando-a em seguida, sejam em grande ou menor escala, não importa. Sem condicionantes!

Perdoem-me o coloquialismo ou brusquidão de palavras, mas não é a primeira, nem segunda vez que esta mesma fabricante é apanhada situações similares. A adulteração dos testes de benchmarks reveste muitas formas, todas elas censuráveis.

Surge isto da explicação mais aprofundada, publicada hoje, previsivelmente para remediar a situação. Não o fez, só torna mais gritante a alienação perante os valores da transparência e verdade para com os seus consumidores.

Pecaram não pela ação, mas pela desculpa tardia e dúbia

"Nos últimos anos, o desempenho dos SoC's dos smartphones atingiu um pouco em que, por vezes, é exagerada para certos cenários de utilização de muitas aplicações incluindo redes sociais, navegadores e até algum jogo mais leve". Com isto em mente, a nossa equipa mudou de paradigma, deixando-se de focar unicamente no desempenho para providenciar a performance que é esperada dos nossos dispositivos, ao mesmo tempo que reduz o consumo energético e a produção de calor. Para ser mais preciso, queremos que cada aplicação tenha o desempenho mais adequado consoante as necessidades de desempenho".

Este pequeno excerto traduzido da publicação da OnePlus consubstancia o que foi feito. O demais texto acaba por dar razão à investigação feita pela Anandtech que trouxe à luz do dia o caso. Notamos também o recalcar da preocupação com a bateria.

Sintetizando, todas as ações e condicionantes aplicadas pela OnePlus foram feitas no sentido de reduzir o consumo energético e produção de calor. Tudo terá sido feito para nivelar a experiência de utilização e aumentar a autonomia de bateria.

Ações encobertas que nem resultados palpáveis produziram

Ações estas que pouco benefício real terão trazido aos utilizadores. Aliás, vemos acima um testemunho disso mesmo no tweet acima, em jeito de resposta à publicação da Anandtech. Em síntese, os ganhos de bateria foram perfeitamente marginais.

Veja-se que com base neste testemunho, a ação disfarçada da OnePlus resultou nuns meros 3 minutos extra de utilização do smartphone. Tendo para apresentar menos de 5 minutos de benefícios reais para o utilizador, resta a dúvida se terá valido a pena.

Aliás, se a OnePlus está tão preocupada com a autonomia de bateria, pode lançar um novo smartphone, com bateria de maior capacidade. Pode engrossar ligeiramente o próximo lançamento em vez de condicionar o desempenho do produto.

A isto podem-se somar novos mecanismos ou tecnologias para uma melhor dissipação de calor. Esta é a via mais onerosa, implicando mais pesquisa e desenvolvimento, mas pode agora tirar proveito da infraestrutura da Oppo.

Em jeito de conclusão, enquanto utilizador da marca, leitor atento e jornalista na área, sinto que o caso assumiu proporções exacerbadas pelos "escândalos" anteriores. Além disso, o estado de graça da OnePlus já há muito que se dissipou.

Por fim, numa nota pessoal, espero que a OnePlus tira daqui as devidas ilações. Sobretudo agora que o seu futuro e colocação no mercado internacional se encontra difusa após a fusão com a OPPO.

Editores 4gnews recomendam:

  • YouTube Shorts: a alternativa da Google ao TikTok já chegou a Portugal
  • TAG Heuer alia-se à Nintendo para criar o smartwatch dos teus sonhos
  • Samsung firma negócio milionário para equipar o Tesla Cybertruck
Rui Bacelar
Rui Bacelar
O Rui ajudou a fundar o 4gnews em 2014 e desde então tornou-se especialista em Android. Para além de já contar com mais de 12 mil conteúdos escritos, também espalhou o seu conhecimento em mais de 300 podcasts e dezenas de vídeos e reviews no canal do YouTube.